Consumo e Planejamento financeiro, como conviver com os dois?
O ano começou e todos nós temos a sensação de que o caminho de ouro para um período cheio de conquistas está aberto. Economicamente esse otimismo pode ser visualizado nos índices liberados com base nas vendas do comércio que são uma foto do atual momento da economia brasileira. O comércio festeja e projeta um ano ainda melhor.
O consumo do brasileiro foi a válvula de escape para a crise, internamente conseguimos conter o desaquecimento da economia. Os incentivos fiscais que o governo liberou foram eficientes para explodir a vontade de consumir.
Consumindo os sonhos de amanhã, hoje!
Aqui no Brasil, passamos diversos anos sonhando com um período como esse. Crédito abundante e oportunidades de compra. Olhávamos os filmes na TV e não entendíamos como nós não tínhamos acesso aos produtos e oportunidades que outros pelo mundo afora possuíam. E eis que o brasileiro tomou gosto pela coisa, consumir e gastar.
Ai mora o perigo.
Como todos sabem os ciclos econômicos são constantes, épocas de bonança e momentos de dificuldades se intercalam. Obviamente o futuro não será sempre representado por céu de brigadeiro, é parte do desenvolvimento de um país a chegada de dificuldades.
Convite à reflexão
A pergunta que proponho nesse artigo é: Não seria esse o momento para criarmos uma poupança eficiente e eficaz para os momentos de dificuldades que teremos mais cedo ou mais tarde?
Calma, não estou sendo pessimista e muito menos acho que essa “crise anunciada” acontecerá do dia para noite, sou daqueles que acreditam que (no mínimo) os próximos 5 anos serão significativos demais para o Brasil, e poderemos dar um salto enorme de qualidade.
A pergunta surge exatamente por que estamos no inicio desse ciclo, o que indicaria um tempo razoável para iniciar um movimento de poupança pensando no futuro.
Fundo de reserva
O Fundo de reserva é pauta constante de todos os consultores e planejadores financeiros. Sempre é bom relembrar e bater na tecla de sua necessidade. Crie uma poupança que permita viver com tranqüilidade por pelo menos 6 meses. Desta forma em caso de dificuldade você não precisará recorrer a medidas extremas como empréstimos, resgate de outros investimentos que seriam destinados aos sonhos da família, ou mesmo se ver obrigado a aceitar qualquer proposta para um novo emprego (exemplo).
Caderneta de Poupança
Entenda que o fundo de reserva deve estar à parte dos investimentos da família, ele tem um fim específico e só deve ser usado para momentos de dificuldade. Opte por um produto bancário como a poupança para guardá-lo.
A poupança tem liquidez imediata e (ainda) não possui nenhum tipo de taxa ou impostos, além de oferecer segurança de até R$ 60 mil, pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) caso a instituição financeira apresente problemas.
Como tudo na vida o importante é dosar e aprender o momento certo. Compre, realize seus sonhos de consumo, mas com sabedoria e planejamento.
O país e toda a sociedade agradecem.
Ricardo Pereira é palestrante e educador financeiro, autor do livro
Dinheirama